Torrinha, de 2007 |
Aspectos históricos da fundação
Conforme registros históricos, a fundação de Torrinha ocorreu por volta de 1886 e coincidiu com os últimos anos do extinto regime monárquico - época de intensas lutas entre monarquistas e republicanos.
Enquanto isso, alguns “heróis” locais, muitos até anônimos, trabalhavam pela instalação de novos centros populosos e as paixões partidárias absorviam as atenções.
José Antunes de Oliveira, agricultor brotense e proprietário de terras, para satisfazer o desejo demonstrado por pessoas que pretendiam localizar-se na região, doou ao Bispado de São Paulo, uma pequena área, onde foi construída a Capela de São José.
Sem se interpor às lutas políticas que se alastravam por todo País, homens simples foram se agrupando ao redor da Capela, em humildes casas de pau-a-pique, cobertas de sapé. Era o início do nascente arraial.
O crescimento foi evidenciado em 1890, quando era inaugurada a Estação Ferroviária de Santa Maria, pertencente à Companhia Paulista de Estradas de Ferro. A estação representou a força do desenvolvimento da cidade, que necessitava de um meio de escoamento e depósito de sua safra agrícola (café) e servia também para o transporte de passageiros.
Em 1892, o pequeno arraial foi elevado à categoria de Distrito. Nessa época surgiu um fato inesperado. Houve confusão ou troca de mercadorias e de correspondências que chegavam à Estação, destinadas no distrito ou à Vila de Santa Maria.
Em virtude dessa confusão, moradores do Distrito resolveram mudar o nome da Estação de Santa Maria para Torrinha, em virtude da existência de uma enorme pedra que tinha configuração de uma torre e localizada nas proximidades do Distrito.
Além de pessoas comuns, residiam na cidade alguns donos de terras conhecidos como coronéis e, dentre esses, Bento Lacerda Filho, André Mendes, Benedito Paiva, José França, Theodoro Marques, Bento de Mello, Guilherme Melchert, Josino Pinto, Nabor Marques, Antonio Luciano da Fonseca e outros.
A
publicação da Lei nº 468 de 14 dezembro de 1896, concedeu
a Torrinha, o Distrito de Paz, sendo nomeado escrivão, José
França. A localidade passaria a ter todos os direitos civis. A emancipação
política aconteceu em 22/11/1922, tendo como defensor de causa, o senador
Antonio de Lacerda Franco. A instalação do novo município
se deu em 7 de abril de 1923, com a presença de autoridades da Comarca
de Brotas.
Origem do Nome
De uma enorme pedra com a conformação de majestosa torre e colocada pela natureza em uma montanha na Fazenda Torrinha.
Hino Oficial à Torrinha
O hino foi oficializado pelo Decreto Municipal nº 20, de 10/08/1979, na administração do então prefeito Henrique Marcos Seber. Foi executado pela primeira vez, pela Banda Infanto-Juvenil Rudge Ramos, com arranjo musical do maestro, coronel José Ferreira Abreu, ex-regente da Banda da Polícia Militar de São Paulo.
Hino Oficial à Torrinha
Letra:
Sylvio Rui Raul Solbiati
Música: Gustavo Oiolo de Campos
O seu símbolo uma pedra altaneira,
Torrinha, Torrinha, Torrinha
O nome de minha cidade,
Pequenina,
Acolhedora,
Formosa enfim
Gente
hospitaleira, cheia de amizade
Isso Torrinha, Torrinha tem sim.
Os
ares puros
E as fraldas das serras,
Com seus horizontes sem fim,
São coisas de minha terra,
E que torrinha tem sim
Os
prados cultivados
AS Campinas verdejantes
A lenda do Candimba
Na profundeza dos três Saltos,
Com os pitus e o célebre café
E os óleos essenciais que vão até
Caminhando pelo mundo afim,
São coisas próprias de Torrinha sim.
Brasão
O Brasão de Torrinha foi criado na gestão do prefeito Maurício Golinelli, através da Lei nº 284, em 29/03/1971. O escudo tem o formato redondo peninsular português, cotado no primeiro campo de blau, um morro tendo na sua elevação um maciço de pedra com formato de torre; o segundo campo é de sinople. Como símbolos exteriores: no alto uma coroa mural de prata de oito torres, que é do município, sendo três de frente, duas e meia e três na parte posterior.
Como suportes: à direita, um ramo de eucalipto frutificado e, à esquerda, um ramo de café frutificado ambos na sua cor natural. No fundo ou pé do brasão, uma faixa ondulante de blau, e sobre a mesma, em letras de ouro, a legenda “Pró São Paulo e Brasília”. Quando feito em uma cor, ou seja, em branco e preto, o desenho obedecerá no traçado, o que determina as convenções de Heráldica adotadas universalmente.
A lenda do Candimba
De um fato verídico, acontecido numa fazenda de Jerônimo Martins
Coelho e Martinha Coelho, bisavós da família Moinhoz que envolvia
um casal de escravos, a imaginação fantasiosa do povo torrinhense
e o passar do tempo, transformaram-na na célebre Lenda do Candimba
Três Saltos é um local próximo da cidade, onde a terra
se abre e um vale de 121 metros de profundidade aparece. Toda a encosta é
coberta de vegetação densa e o rio cai em três braços
d’água de uma altura de 94 metros, formando os Três Saltos.
Lá embaixo, com aparência de casa de bonecas, existe uma usina
hidrelétrica e sobre esse lugar que o povo da região conta como
origem da lenda do Candimba.
“Quase no fim da escravatura, um negro de natureza forte, chamado Candimba, raptou a filha do seu Senhor. Era uma moça bonita de 15 anos. Candimba a levou para os Três Saltos, onde somente chegavam os mais destemidos. A região era muito selvagem. Ele levou a moça para as grutas e fez dela sua casa. A moça sentia saudades da família e morreu logo depois”.
Quando alguém passa pelas montanhas da região olhando para baixo, vê um vulto feminino, vestido de noiva, dançando suavemente pelo vale, ao murmúrio dos ventos. A névoa formada pelas águas que caem e a bruma seca de determinados dias do ano, com os raios solares cortando o ar, criam a imagem, que pode ser vista sob um belo arco-íris. Dizem que é a moça amada pelo Candimba.
Padroeiro São José
19 de março – Dia de São José
No dia 19 de março é celebrada a memória de São José, santo padroeiro de Torrinha. São José segundo os católicos, consta da Bíblia, foi escolhido ente os homens por Deus, para cuidar do Verbo Divino encarnado Jesus Cristo. Carpinteiro de profissão, filho de Davi, José era um homem justo, com vocação para a vida.
“Estava comprometido em casamento com Maria que mais tarde ficou grávida pela ação do Santo Espírito. José sentiu medo, pois casaria com uma mulher grávida, o que naquela época era um verdadeiro atentado à honra de qualquer homem. José era um homem que tinha a graça do Senhor”.
Um anjo de Deus lhe falou em sonho: José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como sua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará a luz a um filho, e você dará o nome de Jesus, pois ele vai salvar o teu povo dos pecados (Mt 1,20-21).
Atendendo o chamado de Deus com fé, José aceitou a missão de ser pai do Filho de Deus. Aceitou ser esposo de Maria Santíssima assumindo, assim, a vocação de pai e marido. São José foi um vocacionado de Deus, aceitou e cumpriu sua missão. Não teve medo; confiou no amor e na presença de Deus em sua vida”.
Material extraído e editado do informativo da Paróquia de São José de Torrinha - “Anúncio Libertador”
Produção de Óleos Essenciais
Torrinha tem Óleo de Eucalipto
O município foi o primeiro no Brasil a explorar comercialmente folhas de eucalipto para a extração de óleo. A espécie mais utilizada é o eucalipto citriodora, também conhecido como cheiroso, por causa do perfume de citrus que exala das folhas.
O que provoca esse cheiro é um composto químico chamado citronenal. O óleo é muito usado em saunas, como fixador de perfumes, na mistura com desinfetantes e como aromatizante de bebidas e balas com sabor de eucalipto.
A extração é feita pelo processo de destilação. Por isso, uma fábrica de óleo de eucalipto é chamada de destilaria. No laboratório, as folhas são colocadas numa cuba com água e levadas para o destilador. Quando a água é aquecida inicia-se a produção de vapor. “O vapor vai arrastar o óleo contido nas glândulas. Ele vai subir pelo equipamento, vai se condensar e vai ser recuperado num separador. Como o óleo é mais leve, ele vai se posicionar na parte superior. A água, sendo mais pesada, vai reciclar-se e retornar para ser novamente condensada”, explica um engenheiro florestal.
A destilaria Sete Barras, que fica em Torrinha, tem quatro dorna - nome que se dá aos panelões onde são colocadas as folhas. A diferença do processo feito no laboratório é que as folhas não entram em contato com a água. Elas recebem o vapor que é produzido por uma caldeira na parte de baixo da planta.
Cada
panelão leva cerca de 50 minutos para extrair o óleo. As dornas
são sempre dispostas em duplas. Enquanto uma está em destilação
à outra é aberta. O bagaço que sobra tem dois destinos.
Uma parte vai alimentar a fornalha da caldeira e a outra será levada
de volta para o campo e vai servir de adubo nas plantações de
eucalipto.
Hoje a destilaria Meneguetti, de empresários torrinhenses, é
a maior do Brasil segundo pesquisas. Suas dornas consomem 200 toneladas de
folhas por dia e produzem 50 toneladas de óleo por mês. A fábrica
funciona em três turnos, o que antes não era possível
por causa da falta de energia elétrica. Para resolver esse problema
eles instalaram uma termoelétrica que funciona com o vapor que sobra
da destilaria. A fonte de calor vem das folhas já destiladas.
No futuro eles estão pensando em vender a energia que sobra para a concessionária da região. Uma outra fonte de renda da região é o carvão. Toda lenha que sai da poda é transformada em carvão numa bateria de fornos. São ao todo 130 fornos trabalhando dia e noite. Eles produzem 600 toneladas de carvão por mês.
O
produto principal é o óleo. São produzidas 600 toneladas
por ano. A cotação é feita por quilo, que hoje vale R$
16 e o custo de produção em Minas é de R$ 10. Cerca de
60% é exportado para a Espanha, Alemanha e Inglaterra, o resto é
consumido no Brasil. Dos eucaliptos de Minas, saem mais da metade da produção
brasileira de óleo, que hoje é exportado até para a China,
que era o principal concorrente.
Escola Coronel Antonio Luciano da Fonseca
A Escola Estadual Coronel Antonio Luciano da Fonseca é a mais antiga em funcionamento no município. Criada e instalada em 1.925, dois anos após o nascimento de Torrinha como município, teve como alunos personalidades de destaque no cenário nacional como Dr. Antonio Tito Costa em sua iniciação acadêmica, que se tornou Deputado Federal Constituinte, participando na elaboração da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05/10/1988; Dr. João Javaroni, funcionário da Nuclebrás, no Rio de Janeiro e Carlos Eduardo Rochite, Cardiologista do Instituto do Coração – INCOR, com sede em São Paulo, dentre outros.
Escola Lázaro Franco de Moraes
A Escola Estadual Lázaro Franco de Moraes (rua Bento de Mello, 1225)
foi criada pela Lei Federal nº 4760, de 29/07/1958 e instalada em 1º/09/1958,
iniciando suas atividades com o Curso Intensivo Preparatório aos Exames
de Admissão. Desde de março deste ano a escola passou a contar
com o Curso Ginasial.
Patrono Lázaro Franco de Moraes
O
senhor Lázaro Franco de Moraes foi pessoa querida e de grande generosidade.
Doou terras para obras de extrema importância, como o terreno que abriga
a escola que leva o seu nome, o Centro de Saúde, a Casa de Agricultura
e uma Praça Pública. Participou da vida política, como
membro do Diretório do Partido Republicano Paulista. Era proprietário
de fazendas de café e de gado leiteiro. Tinha negócios na região
de Marília e atuou para que ferrovia passasse por Torrinha. Seu sonho
era construir uma nova cidade.
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